A herança do Carnaval

Por Edgar Segato Neto*

O Carnaval é uma festa que mobiliza todo o país, proporcionando momentos de lazer para alguns e gerando emprego e renda para outros. No entanto, como em todo grande evento, precisamos falar sobre os resíduos gerados e que, muitas vezes, são descartados de forma equivocada, causando impacto ambiental para os ecossistemas de nossas cidades. 

Todos os anos, o setor de Asseio e Conservação tem sua demanda ampliada nesta época – o que é um aspecto positivo para empresários e empregados, mas o desafio de um carnaval com menos impacto ambiental cabe a todos os brasileiros, e deve ser encarado ainda na hora do descarte. Acredito que são necessários investimentos constantes em campanhas de conscientização da população com relação ao lixo produzido durante os blocos carnavalescos e com orientações de como descartá-lo corretamente a fim de viabilizar a reciclagem.

Durante as festas de carnaval, é possível encontrar bitucas de cigarro, latas de cervejas, garrafas, confetes e outros lixos espalhados pelas vias públicas. Mesmo no período da seca, em algumas cidades, os resíduos entopem os bueiros e podem gerar transtornos à população quando estiver na época das chuvas. Para locais como Brasília, que esperam dias chuvosos no Carnaval, o descarte incorreto do lixo pode trazer ainda mais dor de cabeça.

Em algumas cidades, já temos programas com pouca tolerância aos foliões que jogarem lixo ou fizerem xixi nas vias públicas. Isso é positivo e deveria ser estendido para todo o país. Entretanto, precisamos observar, também, se os municípios estão oferecendo à população e aos turistas um número adequado de lixeiras e banheiros químicos durante as festas, pois não adianta exigir consciência da população se a cidade não oferecer esse suporte básico.

Talvez os números impactem: milhares de toneladas de lixo são gerados todos os anos durante o período do Carnaval. Em 2017, quase 2 mil toneladas em Salvador e 119 quilos foram retirados do mar da Barra, a após oito dias de carnaval. No Rio de Janeiro, milhões de pessoas produziram 785 toneladas; e em São Paulo, 640 toneladas. Na capital paulista, metade do lixo produzido foi parar nos aterros sanitários, ou seja, não foram reciclados. E não foi porque todo este lixo era orgânico, mas porque, ao jogar uma latinha no chão, o folião acaba comprometendo o material para reciclagem.

Outro ponto importante é que o simples gesto de jogar latas no lixo e de fazer xixi apenas nos banheiros químicos, evita um desperdício desnecessário de água para a limpeza do local após o término da festa.

Pensando nisso, a Febrac produziu uma cartilha, intitulada Carnaval Sustentável, com orientações e práticas sustentáveis para os foliões (disponível para download no site www.febrac.org.br). Pois, se cada um fizer sua parte, conseguimos brincar o Carnaval sem prejudicar o futuro do nosso planeta.

*Presidente da Federação Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços de Limpeza e Conservação 

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Prezado Empresário,
O SEAC-MS, em parceria com o Instituto da Fécomercio (IPF MS), realizará uma pesquisa sobre a Lei da Aprendizagem, visando analisar a aderência por parte das empresas de Asseio e Conservação e identificar se há dificuldades, em atender a legislação vigente Lei da Aprendizagem (Lei nº 10.097/2000).

As empresas que não cumprem a obrigatoriedade de contratar jovens aprendizes podem enfrentar algumas sanções, que incluem:
1.⁠ ⁠Multa: As empresas podem ser multadas pela falta de contratação de jovens aprendizes, conforme a legislação trabalhista.
2.⁠ ⁠Ação Fiscal: A empresa pode ser alvo de fiscalizações do Ministério do Trabalho, que verifica o cumprimento das cotas de aprendiz.
3.⁠ ⁠Impedimentos em Licitações: A não regularização das obrigações pode resultar na exclusão de participação em licitações públicas.
A pesquisa será realizada por telefone, no período de 14 a 25 de outubro 2024. Mas atenção! Não serão solicitados dados sensíveis, como pessoais e financeiros.

Sua participação é essencial para compreendermos a aplicação da legislação, na prática em nosso setor.